A sociedade precisa ficar muita atenta às movimentações da prefeita Teresa Surita (MDB) para que ela não deixe um rombo inadministrável nas contas públicas para o próximo prefeito ou prefeita. Depois que ela mandou sua base aliada enterrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Lixo que iria investigar o pagamento milionário para a empresa Sanepav, que vem sendo contratada e recontratada em seus cinco mandatos, a prefeita agora segue a passos mais firmes em novas investidas.

A primeira decisão de Teresa logo após engavetar a CPI do Lixo foi justamente conceder aumento de 7,6% no valor do contrato com a Sanepav, responsável pela limpeza urbana da cidade e em comunidades indígenas, por meio de um aditivo. Como sabemos, aditivos sempre foram artifícios para se pagar mais por uma obra ou serviço.

Um parêntese: para se ter uma ideia, o asfaltamento da avenida que dá acesso à residência dela, via que interliga o bairro Cidade Satélite à área de interesse social João de Barro, foi concluída no passado com nada menos que sete aditivos!

Como ninguém falou nada e sequer foi contestada, agora Teresa trama um empréstimo de R$47 milhões para construir uma usina de energia solar, projeto este ainda não esclarecido para a opinião pública. Na legislatura passada, a prefeita conseguiu que os vereadores aprovassem um empréstimo de R$65 milhões para obras de mobilidade urbana sem que houvesse um projeto e sem mesmo a existência de um Plano Diretor.

A consequência disso é que a Prefeitura consumiu essa montanha de dinheiro sem que tenha havido transparência para mostrar onde e como essa dinheirama foi gasta. Depois de negar pedidos de informações sobre o gasto desse recurso, o caso foi parar na Justiça, mas mesmo assim a prefeita segue colocando dificuldades para dar informações sobre as obras e seus valores.

Se não houver forças políticas capazes de pressionar a prefeita a dar explicações e para que ela haja com transparência, Teresa fará com que sua base aliada, na Câmara de Boa Vista, aprove esse novo empréstimo de R$47 milhões destinados a uma usina de energia solar mal explicada e sob uma cortina de dúvida. Todos sabem que a prefeita, durante seus cinco mandatos, vem contratando uma empresa para instalar placas de energia solar em alguns locais, a exemplo do mini terminal de ônibus na “bola” do Centro Cívico.

Como todas as obras milionárias de Teresa são envoltas em mistério, sem transparência necessária para que os cidadãos saibam de custos e detalhes do que foi licitado e pago, então é necessário que se dê um freio nessa nova sanha da prefeita em querer aprovar um novo empréstimo que poderá inviabilizar a próxima administração e endividar o Município, impondo mais um ônus ao contribuinte. E isso sem levar em conta a falta de informações sobre essa usina, o que por si só já se torna uma grande suspeita.

Teresa sabe que pode pressionar sua base aliada na Câmara, assim como fez para dar fim à CPI do Lixo, como também conta com a apatia da sociedade, que facilmente pode cair no possível truque de “energia solar”, uma vez que o Estado enfrenta histórica crise energética, além de ser fácil engabelar a opinião pública quando se mete o discurso de “energia limpa em favor do meio ambiente” em tempos de assombro com que está acontecendo com a Amazônia.

É por isso que o momento requer atenção às ações escamoteadas da prefeita, que pode deixar seu mandato com dívidas capazes de impor um sofrimento administrativo a quem for comandar a cidade, o que vai castigar a população a exemplo do que ocorreu recentemente, quando houve uma ação política orquestrada para sufocar a administração do então prefeito Iradilson Sampaio, impondo à população um cenário de “terra arrasada”, o qual serviu como tática para que Teresa conseguisse se eleger prefeita com facilidade.

É necessário que tenhamos os olhos bem abertos ao que está sendo tramado.

*Colunista

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