Enquanto o governador Antonio Denarium (PSL) brinca de tocar fanfarra para parecer simpático e eclético, o país se esforça para tomar medidas a fim de conter ou amenizar a crise.  Em Roraima, sequer um esboço ou arremedo de uma reforma administrativa para enxugar a máquina.

Na campanha eleitoral, surgiu até a promessa de que secretários não iriam mais ficar usando carros oficiais para fins particulares e até mesmo para ir almoçar em casa.  Mas, na prática, não há sequer gasolina para as viaturas da Polícia Militar na Capital e muito menos  no interior do Estado, enquanto o esbanjamento continua, inclusive com carros oficiais.

A única medida que se tem conhecimento para aliviar a máquina pública, conforme narrou um aliado no plenário da Assembleia Legislativa, na sessão de ontem, foi a decisão do governador de levar canetas de sua casa para o  gabinete. E dizem que era uma caneta azul, para tentar fazer uma modinha com o surto coletivo do momento nas redes sociais.

E assim caminha o Governo de Roraima, sem um rumo que indique que iremos superar as crises crônicas.   Agora os adversários políticos estão dizendo que existiria um “governador de fato” e “um governador de direito”. O de fato é aquele que toma as decisões e dá as ordens, enquanto o de direito se contenta em participar de solenidades compartilhadas nas redes sociais.

Tal impasse nas entranhas do governo faz com que tenhamos o “mais do mesmo” ou até pior do que ficou na administração passada.  Na saúde, por exemplo, o caos continua. Na educação, falta transporte escolar. No sistema prisional, detentos morrem de doenças infecciosas.

Na cabo de força entre quem é o governador de fato e o de direito, ainda é alimentada uma crise institucional que  serve para encobrir a incompetência do governo com suas obrigações.  A choradeira sem fim, como se fosse uma ladainha, tenta ludibriar a opinião pública para fazê-la acreditar que teria alguém ou alguma força  intergalática impedindo que o governo trabalhe.

Se eliminar essa cortina de intriga e fofoca alimentada por uma crise institucional fabricada, se o governador tomar as rédeas do Executivo com o pulso de um líder, colocando cada um no seu lugar,   e mandar seus secretários trabalharem de verdade, o Estado de Roraima tomaria um rumo que todos desejamos rapidinho. Mas parece que há um força interna que aprisiona o governador, como se fosse um vudu, o impedindo  de agir.  Falta não apenas experiência, mas também vontade política para agir e trabalhar na missão para a qual foi eleito, libertando-se das amarras do fantoche que o impuseram para apenas tocar o tambor da fanfarra enquanto outros tramam com sua caneta azul.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

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