Foto: divulgação PMBV

No trânsito boa-vistense, somente o que funciona muito bem é a aplicação de multas. No menor descuido, a multa chega rápido  à casa do cidadão. O mesmo zelo e competência não ocorrem quando  a obrigação é da Prefeitura de Boa Vista.

A engenharia de tráfego é um dos grandes problemas que aflige a população, ainda que o trânsito não seja de uma metrópole, provocando irritação e estresse nas pessoas. É um grave mal, pois acaba afetando a vida dos trabalhadores, que já chegam em seu local de trabalho com a mente atribulada.

Se a realidade é esta enquanto cidade pequena, onde tudo é possível consertar, imagina quando Boa Vista se tornar uma grande cidade, com o inchaço populacional turbinado diariamente pela imigração e mais pessoas adquirindo carro e moto, além de mais bicicletas usadas pelos venezuelanos que chegam, sem noção de trânsito, as quais sequer têm freios ou equipamentos básicos de sinalização.

O atestado de incompetência da engenharia de tráfego da Capital foi a instalação de semáforo na rotatória na Avenida Brasil, trecho urbano da BR-174, no entroncamento com a Avenida Centenário, que dá acesso a vários bairros populosos da zona Oeste de Boa Vista. Sem qualquer estudo e conhecimento da realidade daquele local, um imenso congestionamento logo surgiu, para desespero de condutores e pedestres, além de prejuízos ao centro comercial daquele setor, que  impossibilitou o serviço diário de descarga de mercadoria e dificultou o estacionamento para clientes.

Um caos completo que obrigou a Prefeitura a fazer um remendo (a população espera que desta vez tenha sido feito um estudo), que resultou no fechamento do tráfego no entroncamento e mais tumulto no tráfego, obrigando os condutores a fazer longos retornos. A impressão que dá é que a Prefeitura desconhecia por completo o grande fluxo daquele trecho, usado como rota diária para se chegar ao Centro não só pela Avenida Centenário, mas também por pessoas de outros bairros que utilizam a BR-174.  Além do fluxo que vem do interior do Estado e de veículos pesados vindos de Manaus (AM).

Há vários outros problemas, como a necessidade urgente de ampliar a malha das ciclovias diante da chegada de venezuelanos que usam bicicletas, que partem dos bairros como o Cidade Satélite para o Centro. Mas este espaço seria insuficiente para tratar de todos esses problemas em um único artigo. Porém, é obrigação da Prefeitura ter conhecimento de toda a realidade para solucionar os gargalos na mobilidade urbana enquanto há tempo.

Mas o plano de mobilidade urbana municipal só existiu nas propagandas para justificar o gasto de R$60 milhões oriundos de um empréstimo federal, obras essas envoltas em mistério. Se não houver mudança urgente na forma de lidar com a mobilidade urbana na vida real das pessoas, Boa Vista se tornará, em breve, uma das piores cidades para se viver. E de nada adiantarão as luzes, cores e flores. O tempo urge.

*Colunista

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