Embora poucos falem sobre o impacto da imigração na cidade de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, ao Norte de Roraima, a situação por lá é muito grave, perto de uma convulsão social. A realidade de lá permite ter uma ideal da letargia das autoridades, em especial o Governo Federal, diante da migração em massa de venezuelanos.

Embora seja uma minúscula cidade, do tamanho de um bairro de Boa Vista, a Capital do Estado, ninguém consegue conter a insegurança, nem mesmo há um gestão política para que o Exército atue constitucionalmente na garantia da lei e da ordem, já que se trata de uma área de fronteira onde criminosos venezuelanos também atuam no tráfico de drogas e de armas.  Essa ausência do Estado permite uma onda de violência constante.

Os abrigos naquela cidade (bem como em Boa Vista) não suportam mais o acolhimento de venezuelanos, que continuam chegando às centenas mensalmente e, embora a maioria não fique por lá, a pequena estrutura de Pacaraima não suporta mais nem os que já se fixaram, muito menos os que ficam à espera de alguma oportunidade ou mesmo apenas perambulam pelo comércio como pedintes ou para praticar furtos e assaltos.

A falta de um policiamento efetivo e eficiente contribui para a marginalidade e criminalidade, com constantes brigas entre venezuelanos (veja foto acima),  seja por desentendimentos banais ou por cachaça, por drogas ou mesmo por território entre membros de grupos criminosos. A população vive sitiada, piorando à noite, e o comércio sobressaltado, com alguns proprietários sendo obrigados a portar armas para evitar saques de mercadorias.

Enquanto isso, as autoridades federais ainda discutem a eficácia da Operação Acolhida e a agilidade de uma interiorização para evitar que Roraima continue pagando o ônus sozinho por essa migração em massa.  São discussões intermináveis diante de  um quadro que se agrava ainda mais.

E o novo comando da Operação Acolhida alega que está esperando a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, chegar de suas férias para tratar do acolhimento de venezuelanos, como se a realidade pudesse esperar.  Mas a prefeita já mostrou que não tem interesse nesse assunto, especialmente porque o marido dela divulga para a mídia em São Paulo, a fim de sensibilizar investidores, que seu milionário projeto de plantio de mogno em Boa Vista acolhe mão de obra venezuelana.

Além de usar essa mão de obra farta e barata, a empresa  quer vender alimentos produzidos, a partir do plantio feito por venezuelanos, para o Exército usá-los na Operação Acolhida. Também quer vender mudas para o Governo de Roraima usar em replantio, numa jogada que já conhecemos muito bem por aqui, especialmente um senador que no passado ganhou dinheiro vendendo mudas de café que nunca apareceram.

E assim vive o Estado de Roraima, sufocado pelos reflexos da chegada incessante de venezuelanos, com a cidade de Pacaraima perto do colapso.  Se as autoridades não sairem de sua mesmice, que permite uma zona de conforto, podemos ter uma tragédia a qualquer momento na fronteira.  As seguidas cenas de violência que ocorrem por lá parecem não sensibilizar as autoridades.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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