Foto: Josué Damacena/Fiocruz

Matéria atualizada às 10h50

O Ministério da Saúde recuou e confirmou o quarto caso de coronavírus no país. Inicialmente, a pasta informou em nota, na manhã desta quinta-feira (5), que, em conjunto com as secretarias de Saúde de São Paulo (estadual e municipal), estudava uma infecção assintomática por covid-19, o novo coronavírus, de uma adolescente de 13 anos. Ela retornou da Itália no domingo (1º).

No primeiro comunicado, a pasta informava que “embora tenha confirmado a presença do vírus, um portador assintomático não cumpre a definição de caso”. De acordo com critérios técnicos, para que uma pessoa seja considerada com a doença, ela deveria apresentar, além do resultado positivo, febre associada a um sintoma respiratório. “Portanto, esse [caso] não será somado aos casos confirmados do novo coronavírus”, acrescentou a nota.

Nessa quarta-feira (4), ao anunciar o terceiro caso de infecção confirmado no país, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, comentou o caso da jovem que esteve na Itália e que aguardava o resultado de um exame de contraprova. A adolescente foi atendida em hospital na Itália após apresentar uma lesão de ligamento. De acordo com o ministério, mais exames estavam sendo realizados para avaliar, por exemplo, se o uso de medicamentos pela jovem poderia inibir os sintomas da infecção pelo novo coronavírus.

Após reunião com especialistas, o ministério recuou e resolveu colocar o caso na lista de confirmados, levando em consideração o fato de o exame ter dado positivo para o vírus, a viagem da adolescente para uma área de alta transmissão, o uso de medicamentos que podem ter mascarado os sintomas e a possibilidade de que a adolescente ainda tenha os sintomas, a exemplo de febre, dificuldade para respirar e dor de garganta.

Casos confirmados

1º Caso: Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ao retornar da viagem, o paciente apresentou os sinais e sintomas compatíveis com a doença (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza).

2º Caso: O paciente, um homem de 32 anos, esteve na Itália e chegou ao Brasil na quinta-feira (27). Ele chegou acompanhado da mulher de Milão, na região da Lombardia. Ainda no voo, usou máscara e a acompanhante não apresenta sintomas da doença. O paciente foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein na sexta-feira (28). Durante o atendimento, o viajante relatou febre, tosse, dor de garganta, dor muscular e dor de cabeça. O quadro clínico foi considerado leve e estável.

3° Caso: Trata-se de um homem colombiano, de 46 anos, que mora em São Paulo. Em fevereiro, o paciente visitou a Espanha, Itália, Áustria e Alemanha.

Testes no país

No Brasil, laboratórios públicos ou privados que identificarem casos confirmados da doença pela primeira vez, devem passar por validação de um dos três laboratórios de referência nacional: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Instituto Evandro Chagas, no Pará; e Instituto Adolfo Lutz em São Paulo. Após a validação da qualidade, o laboratório passa a ser considerado parte da Rede Nacional de Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública.

A jovem teve amostra de sangue coletada, na terça-feira (3), e encaminhada ao Laboratório Fleury. O resultado foi positivo e uma contraprova, realizada pelo Instituto Adolfo Lutz, comprovou o resultado do laboratório particular.

Ontem (4) a Fiocruz começou a distribuir, no Rio de Janeiro, kits para o diagnóstico do novo coronavírus para laboratórios centrais estaduais, que também passarão por um processo de capacitação para a realização dos testes.

Os kits foram desenvolvidos no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). Já a capacitação será conduzida pelo Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz.

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