Decreto orienta expressamente para fechamento de estabelecimentos que tenham contato direto com público Foto: Free Images

Apesar das tentativas de manter a normalidade, é impossível não sentir o impacto financeiro no comércio mundial por causa da pandemia de covid-19. Em Roraima, na manhã desta sexta-feira (20), empresários ligados à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e ao Sindicato dos Hotéis e Estabelecimentos Similares (Sindhotéis) se reuniram na sede da Fecomercio-RR para discutir medidas visando reduzir esses impactos, diante de um cenário que ainda não pode ser dimensionado, como é o caso da quantidade de pessoas que podem ser demitidas e empresas que podem falir, caso o estado de quarentena se estenda por muitas semanas.

A reunião é uma resposta para as recomendações que foram anunciadas hoje pela Prefeitura de Boa Vista, via decreto, no qual existe a orientação expressa para o fechamento de estabelecimentos que tenham contato direto com o público. O descumprimento pode levar à cassação de licenças. 

Mesmo que soluções paliativas possam ajudar, como é o caso de vendas on-line e entrega em domicílio, ainda assim, segundo os empresários, estas não são medidas suficientemente eficazes para evitar o descontrole econômico no comércio local. Por causa do fluxo e do contato direto, hotéis, bares e restaurantes podem ser os primeiros a terem de fechar as portas, caso as recomendações já sejam cumpridas ou o estado de quarentena geral seja decretado.

“Precisamos da ajuda do Poder Público, acima de tudo, nesta hora. O pequeno e o médio empreendedor vão sentir na pele os efeitos dessa pandemia com força total. Sem incentivos fiscais, isenção de impostos, liberação de crédito em caráter emergencial, não há quem supere essa crise. Apesar de adotarmos medidas sanitárias eficientes, de reforçarmos as entregas em casa, sabemos que não conseguiremos segurar empregos a longo prazo. É uma situação extremamente preocupante que pode levar Roraima a um crash econômico já nas próximas semanas”, destaca o empresário Bruno Dantas, dono de bar e restaurantes.

Uma carta com as solicitações do empresariado roraimense está sendo escrita para ser encaminhada ao governador Antônio Denarium (sem partido) e à prefeita Teresa Surita (MDB). Ainda não há determinação legal em Roraima para o fechamento desses estabelecimentos. Por enquanto, as medidas são recomendatórias, cenário este que pode mudar já nos próximos dias, dependendo do agravamento da dissipação do coronavírus em Roraima. Ainda não há nenhum caso da doença confirmado no Estado. Até ontem (19), a Sesau disse investigar 12 casos suspeitos.

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