Em meio ao surto do novo coronavírus e à corrida pela compra de mais respiradores para atender pacientes graves, Roraima tem 76 desses aparelhos fora de operação por problemas como falta de manutenção. Percentualmente, o estado é primeiro em aparelhos fora de operação no país.
Os dados são de um levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde no portal Datasus.
O balanço aponta a existência de 65.411 respiradores/ventiladores mecânicos nos hospitais públicos e privados do País, dos quais 61.772 estão em uso e o restante, parado. O número de aparatos que não podem ser utilizados equivale a 5,6% do total.
O Estado de São Paulo, que reúne até agora o maior número de casos e mortes por covid-19 no País, é o que tem mais respiradores fora de uso: 770 (4,2%). No Rio de Janeiro, segundo Estado com mais contaminados pelo coronavírus, são 545 aparelhos parados, ou 7,2% do total.
PEDIDO
Com dificuldade para encontrar respiradores, Estados e municípios pedem para que o governo federal centralize a aquisição do equipamento, parte essencial do tratamento de casos graves da covid-19.
Na última quinta-feira (26), o edital de compra dos primeiros 15 mil respiradores foi aberto pela pasta, mas os fornecedores já avisaram que não têm estoque para entrega imediata. O ministério chegou a elaborar uma versão prévia, prevendo a compra de outros 15 mil produtos do tipo “eletrônico portátil”, mas a versão final foi modificada.
A ideia dos gestores do SUS é evitar um leilão entre Estados e municípios pela compras de respiradores, o que só beneficiaria os fornecedores. O governo quer ainda ter o controle das vendas, para impedir que os equipamentos sejam distribuídos de forma desigual.
Secretários estaduais e municipais cobraram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), pela distribuição dos produtos. Em reunião realizada na quinta, 26, eles argumentam que o Ministério da Saúde tem maior poder de compra e deve aproveitar para tentar preços mais baixos.
O SUS não quer proibir que o Estado busque os próprios produtos, mas o governo exige ser informado sobre aquisições, para evitar acúmulo de equipamentos, enquanto outro local, com mais casos, esteja desassistido.