Falta de testes podem indicar subnotificação de casos no estado - Foto: Daniela Xu/UFPel

Pesquisadores do estudo comandado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, que mede o avanço da pandemia da covid-19 na população de todo o Brasil relatam que um deles foi algemado em Boa Vista e encaminhado ao 5º Distrito Policial, onde permaneceu por cerca de 15 horas. O grupo foi detido no fim de semana após denúncia ‘fake’ no bairro Aparecida, zona Norte de Boa Vista.

Para um dos coordenadores da pesquisa, Bernardo Horta, por conta de ‘fake news’, a população assustada, entrou em contato com a polícia, que levou o trabalhador para prestar esclarecimentos.

“Houve relatos de que a pesquisa era falsa e servia de pretexto para que assaltantes invadissem as casas, de que os testes não haviam sido aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou que os próprios entrevistadores poderiam estar contaminados pelo novo coronavírus”, avaliou o pesquisador.

A UFPel chegou a emitir uma nota de esclarecimento sobre a pesquisa do estudo Epicovid19. “Entrevistadores do Ibope foram detidos, com uso de força policial, tendo sido tratados como criminosos. Trata-se de cerca de 2.000 brasileiros e brasileiras, que estão trabalhando para sustentar suas famílias, numa pesquisa que pode salvar milhares de vidas, e que mereciam proteção das forças de segurança e uma salva de aplausos por parte de toda a população. Ao contrário, as forças de segurança, que deveriam proteger os entrevistadores, foram responsáveis por cenas lamentáveis”, destacou a instituição em nota.

A Sesau Informou que o MS (Ministério da Saúde) está dando suporte a pesquisa intitulada “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional”, coordenado pela UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), do Rio Grande do Sul.

A execução do trabalho de campo compete ao IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), que conta com equipe de entrevistadores devidamente treinados e qualificados para o trabalho em questão. O objetivo da pesquisa é avaliar a evolução da prevalência de infecção por Coronavírus (COVID-19) no Brasil.

De acordo com o próprio MS, será aplicado um questionário sobre a existência de doenças preexistentes e possíveis sintomas da COVID-19 nos últimos 30 dias, além da realização de um teste sanguíneo rápido que utiliza metodologia por punção digital.

A pesquisa acontece em três momentos, sendo o primeiro iniciado no dia 14, e os demais a cada duas semanas. A coleta de dados está ocorrendo em âmbito nacional e envolve uma amostra representativa da população brasileira. Todos os Estados estão sendo contemplados pelo estudo.

Em Roraima, o MS comunicou às Secretarias de Saúde do Estado e dos Municípios sobre os trabalhos da UFPEL, de modo a facilitar a coleta das informações para a referida pesquisa.

ESTUDO

O estudo denominado “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional” é financiado pelo Ministério da Saúde, coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), do Rio Grande do Sul, e executado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope).

A pesquisa, feita em parceria com o Ministério da Saúde pretende aplicar testes rápidos em quase 100 mil pessoas, em três fases diferentes do estudo. Desde a última quinta-feira (14), 2 mil entrevistadores foram a campo em 133 cidades espalhadas por todas as regiões brasileiras.

Em Roraima a pesquisa está sendo feita em Boa Vista e Rorainópolis, nessas duas cidades, setores censitários do IBGE foram sorteados e dentro desses setores, domicílios também foram sorteados. Dos 250 testes a serem realizados em cada uma das cidades, 224 já foram realizados na capital e 42 em Rorainópolis até essa segunda-feira (18), de acordo com a universidade.

A universidade esclarece ainda a população que os profissionais responsáveis pela pesquisa devem estar devidamente identificados.

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