Uma das raras aparições da prefeita Teresa Surita em um posto que ainda seria inaugurado (Foto: Leo Costa/Semuc/PMBV)

Aos poucos, a prefeita Teresa Surita (MDB) vai caindo na realidade. Como não está conseguindo fixar no inconsciente coletivo o seu papel de vítima do sistema político, diante do avanço do coronavírus, ela decidiu correr atrás do tempo perdido dentro de seu mundo virtual que ela idealizou no Twitter.

Como está sendo cobrada pela opinião pública a cumprir com o seu papel na saúde básica, a prefeita determinou a destinação de oito postos de saúde específicos para atender pacientes de coronavírus, a partir desta segunda-feira. É muito pouco. São 20 anos de descaso com a atenção básica, e a pandemia chama os gestores para a responsabilidade.

São 34 postos de saúde que deveriam estar atuando dia e noite desde o início da pandemia. Mas não havia plano nenhum, a não ser mandar ficar em casa, fechar o comércio e apagar as luzes das praças. Dentro desses oitos postos para vítimas de coronavírus, não foi contemplado o bairro 13 de Setembro, o campeão em casos de Covid-19. Inadmissível e vergonhoso que este bairro não tenha um plano para conter o avanço da doença.

E mais: já imaginou se o Hospital Geral de Roraima (HGR) fechasse as portas em feriados e fins de semana? Seria o caos muito pior. Mas a Prefeitura de Boa Vista fecha as Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos feriados e fins de semana, como se não estivéssemos na maior crise da história, um momento de extrema excepcionalidade.

A prefeita ainda age como sempre fez, como se os postos de saúde fossem algo sem importância e não tivessem nenhuma obrigação no atendimento básico. É como se a doença pudesse esperar feriados, sábados e domingos. Teresa fez a população acreditar que postos de saúde seriam apenas locais para fazer curativos e marcar 10 consultas por dia a fim de encaminhar pacientes para o Hospital Coronel Mota. E assim foi por duas décadas até a chegada da pandemia, que cobra rigor nas ações por parte das autoridades.

Já que a prefeita está recobrando a consciência de seu papel, quem sabe todos os postos de saúde passem a funcionar diariamente, em feriados e fins de semana, nesse momento excepcional, com exames para Covid-19 e remédios aos pacientes que busquem atendimento. Recursos a Prefeitura recebeu e precisa agir como numa operação de guerra, correndo contra o tempo para salvar vidas. Chega de vitimismo. Isso não cola mais.

Neste surto de realidade, Teresa teve que descer de seu pedestal e decidiu contratar mais profissionais para atender no Hospital de Campanha. Antes tarde do que nunca. Ela sabe que vai sair dessa pandemia como a prefeita que se acovardou e preferiu fazer autovitimismo.

Ninguém está atrás de amor e emoji de coraçãozinho. O cidadão quer gestor aplicando bem os recursos e cumprindo com suas obrigações para as quais foi eleito ou eleita. O povo quer uma gestora que aja com responsabilidade e coragem nesse momento excepcional. Amor de político é uma invenção de marketing. E disso já estamos cheios.

O Estado de Roraima precisa de gestores acima da média, que tenham olhar de estadista, que olhem para frente e enxerguem soluções, que encarem os desafios com coragem, que faça política de verdade, sem fomentar picuinhas ou disputa partidárias. Os novos tempos não vão perdoar “mimimi político” e grupismo, do qual o povo de Roraima está sendo vítima neste momento.

Quem souber fazer a leitura correta da realidade agirá com ousadia e coragem para superar tudo isso, sempre se preparando para qualquer outra crise não só na saúde, mas em todos os setores da sociedade. Esse é o futuro imediato. Não há mais volta.

*Colunista

 

 

 

 

 

1 comentário

  1. Colunista sem vergonha,por vc não fala desse governo que não faz nada,prometeu mudar tudo,está conseguindo fazer pior que a Suely.

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