Material que estava com o suspeito foi apreendido pela PF - Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) prendeu na tarde desta sexta-feira o único brasileiro condenado por genocídio no país e que permanece vivo, sob acusação de praticar a mesma atividade criminosa que envolveu sua condenação na década de 90: a exploração de garimpo ilegal de ouro na reserva ianomami, a maior terra indígena do Brasil. Pedro Emiliano Garcia foi preso em flagrante com mais de dois quilos de ouro, segundo a PF em Roraima.

A prisão ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca expedido pela Justiça Federal em Roraima. Garcia é suspeito de atuar na logística aérea para exploração de ouro ilegal em território ianomâmi e também de ser proprietário de um garimpo ilegal na região.

A detenção ocorreu em Boa Vista, durante um mandado de busca e apreensão, em desdobramento da Operação Tori. A PF investiga a abertura de pistas clandestinas em Alto Alegre, ao Norte de Roraima, usadas nas operações logísticas voltadas para o garimpo ilegal. Cerca de 20 mil homens e mulheres estão no território indígena extraindo ouro de forma ilegal, com efeitos diretos na saúde dos índios, seja com a contaminação dos rios com mercúrio ou com o espalhamento do novo coronavírus na região.

A PF também investiga atividades clandestinas de radiofonia e transporte irregular de combustível, além da locomoção dos próprios garimpeiros para as margens dos rios Mucajaí e Uraricoera. Garcia, segundo a PF em Roraima, já foi alvo de outras quatro ações policiais. Ele tem uma “condenação pelo crime de genocídio e poderá responder, em razão da prisão de hoje, pelo crime de usurpação de patrimônio da União, com pena de até cinco anos”, informa a PF em comunicado na tarde desta sexta.

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