O Hospital de Campanha de Roraima, destinado para atendimento de pacientes com o coronavírus, está funcionando sem os alvarás da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. É o que apontou uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM), que constatou outras irregularidades no local.
O Departamento de Fiscalização do CRM foi até a unidade ni dia 3 de julho, para avaliar as condições de insumos, infraestrutura e profissionais. Além da falta dos documentos, os fiscais constataram também a falta da inscrição de pessoa jurídica no CRM (obrigatória para funcionamento); ausência de técnico com título de especialista em Medicina Intensiva, para trabalhar na UTI; ausência de Central de Material de Esterilização, falta de profissionais especialistas para serem chamados quando houver necessidade, e falta de recursos na UTI para hemodiálise, endoscopia, colonoscopia, diagnóstico complementar para morte encefálica e banheiros sem adaptação para portador de necessidades especiais.
“Outro problema detectado é em relação às escalas médicas, na maioria são formadas por profissionais sem comprovação de habilitação em Medicina, além dos poucos médicos que lá trabalham (com CRM), também não terem inscrição no CRM-RR”, disse Blenda Garcia, coordenadora do Departamento de Fiscalização do Conselho.
A unidade, construída pela Operação Acolhida e inaugurada em junho, atende, inicialmente, com 80 leitos. Destes, 10 são de UTI, com respiradores e 70 serão de níveis 1 e 2.
RESPOSTA
Em nota, a Operação Acolhida informou que a Área de Proteção e Cuidados (APC) trabalha dentro da legalidade e que “as ditas ‘irregularidades’ citadas pelo CRM não são aplicadas a hospitais de campanha e não interferem no funcionamento da unidade hospitalar, de acordo com os preceitos éticos e legais”, afirmou.
A Força-Tarefa, no entanto, continuará se esforçando para que as medidas que aperfeiçoem o atendimento ao paciente, de modo seguro e digno, sejam implementadas.
