Sede da Prefeitura de Boa Vista. Foto: divulgação/ PMBV

O perfil médio do candidato que disputa a vaga na prefeitura de Boa Vista é homem, branco, solteiro, com idade entre 35 a 39 anos e ensino superior completo. As estatísticas foram divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Do total de 11 candidaturas registradas, ainda sob julgamento do TSE, 81,82% são de homens, ou seja, nove candidatos. Os dados diferem do eleitorado de Boa Vista, que tem em sua maioria mulheres: 52,5%.

Quanto a cor ou raça, 54,55% dos candidatos se autodeclararam brancos; 18,18% pretos; e 27,27% pardos. Quanto ao grau de instrução, 81,82% possuem ensino superior completo; 9,09% ensino superior incompleto; e 9,09% ensino médio completo.

Quanto às ocupações dos concorrentes à vaga de chefe do executivo municipal, a mais comum é a deputado, com 27,27%. Servidor público federal aparece em segundo com 18,18%; Economista 9,09%; Professor de Ensino Superior 9,09%; Empresário 9,09%; Servidor público estadual 9,09%; Aposentado (exceto servidor público) 9,09%; outros 9,09%.

A ocupação informada nos registros do TSE não é necessariamente a profissão ou a formação profissional do candidato.

Cientista político comenta sobre perfil dos candidatos
Em entrevista ao portal de notícias Roraima 1, o cientista político, professor Roberto Ramos, comentou sobre o perfil médio dos candidatos à prefeitura de Boa Vista. Para o professor, é fundamental movimentos de conscientização política para romper dominação.

“Esse perfil com mais homens do que mulheres tem sido comum na política brasileira. Mesmo com a legislação, criando mais condições para que as mulheres participassem na política, ainda é um perfil dominante de modo geral”, explicou.

O cientista político disse que há uma ideia de discriminação onde é preciso ter ‘pulso firme’ para gerenciar o estado, a prefeitura, o governo federal e o que os homens têm mais esse perfil.

“É uma forma de discriminação das mulheres, mostrando que o espaço delas na divisão do trabalho é muito mais doméstica do que na vida pública. É importante o movimento de conscientização da política e da importância da participação da mulher na vida pública”, destacou o professor.

Sobre o perfil de candidatos brancos, o cientista político comenta que a cidadania, historicamente, deu aos negros uma condição passiva, depois da escravidão [aquela condição que a pessoa não se sente portador de direito].

“É preciso que haja também o trabalho de conscientização para que população afro assuma a sua identidade e lute pelos seus direitos. Temos condições igualitárias, é preciso de luta. O papel do negro não é só votar, é ser votado”, concluiu.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here