Um estudo feito pelo Instituto AzMina e divulgado na semana passada apontou que a taxa de feminicídio cresceu em Roraima durante a pandemia de coronavírus e está acima da média nacional.
O levantamento “Um vírus e duas guerras” sobre a violência doméstica durante a pandemia da Covid-19 é resultado de uma parceria do instituto AzMina com mídias independentes. Os estados que fazem parte da amostra concentram 94% da população feminina do País.
De acordo com o estado, Roraima foi o 8º estado entre os 20 que enviaram dados em que, proporcionalmente, mais mulheres foram assassinadas desde o início da pandemia. A taxa de feminicídios entre março e agosto foi de 0,74 a cada 100 mil mulheres, maior do que a média total, de 0,56 por 100 mil mulheres.
Quando a taxa é comparada com o mesmo período do ano passado, o crescimento fica evidente. Entre março e agosto de 2019, a taxa de feminicídios chegou a 0,38 a cada 100 mil habitante, um pouco mais da metade do registrado no mesmo período este ano.
Os dados apontam ainda que nos primeiros seis meses, desde o início da pandemia da Covid-19, em março, três mulheres foram mortas a cada dia no Brasil, em crimes motivados pela condição de gênero, que caracteriza feminicídio.
São Paulo (79), Minas Gerais (64) e Bahia (49) foram os estados que registraram maior número absoluto de casos no período. No total, os estados que fazem parte do levantamento registraram redução de 6% no número de casos em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Isoladas dentro de suas casas, as mulheres continuam ou estão ainda mais expostas à violência. Apesar dos dados oficiais indicarem queda no número de casos, muitos especialistas alertam para a subnotificação, que, estima-se, seja ainda maior em meio à pandemia, pela dificuldade de comunicação. Além disto, em alguns casos é difícil obter os dados de órgãos oficiais”, comenta Helena Bertho, diretora do Instituto AzMina. Dos 26 estados, sete não responderam ao pedido de informação.