Rio Uraricoera, em Roraima, é uma das principais áreas usadas em garimpo - Foto: Chico Batata/Greenpeace

Uma petição com mais de 439 mil assinaturas pedindo ao governo para prevenir o genocídio dos povos Yanomami e Ye’kwana será entregue ao Congresso na quinta-feira (3). O documento pede a expulsão imediata de 20 mil garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A meta inicial para a petição era de 100 mil assinaturas.

De acordo com os indígenas, os garimpeiros têm trazido doenças, como o Covid-19 e a malária, e a atividade ilegal de extração de ouro está poluindo os rios. Entre agosto e outubro, os casos confirmados saltaram de 335 para 1.202. A falta de testes significa que o número real de casos é provavelmente muito maior.

A deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR) receberá, virtualmente, a petição das lideranças Yanomami e Ye’kwana. Outros representantes indígenas também estarão presentes no evento online. No dia da entrega, a mensagem da campanha e pinturas Yanomami serão projetadas no prédio do Congresso pela primeira vez na história.

A entrega ocorre após a publicação de um novo relatório que revela a crise humanitária que se desdobra no território Yanomami. Dario Yanomami, porta-voz da campanha e vice-presidente da Hutukara (organização que representa os povos Yanomami e Ye’kwana) se referiu a isso como “um documento histórico pra mostrar como a doença se espalhou no nosso território”

“Queremos protocolar esse documento perante as autoridades brasileiras. É um instrumento de denúncia dos problemas da invasão dos garimpeiros, da contaminação do meio ambiente como os nossos rios e ainda sobre as doenças, essa xawara [epidemia], que tem matando muita gente”, afirmou o líder indígena.

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