Uma jovem, de 23 anos, contou à reportagem do Roraima 1, nesta quinta-feira (14), que esperou 14 horas por um leito na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista. A jovem, que está grávida de nove meses, aguarda uma cirurgia de parto cesárea.
De acordo com a gestante, que segue à espera do seu quarto filho, ela deu entrada na única maternidade de Roraima na manhã de ontem, por volta de 7h. Sem leito, a jovem conta que foi acomodada nos corredores da unidade onde presenciou outras pacientes sem assistência.
“Não tem leito para internar as gestantes. Ou você fica em pé ou pela sorte eles lhe botam numa cadeira para esperar ter um leito. Cheguei ontem [quarta-feira, 13] às 7 da manhã para induzir meu parto, por conta da diabete gestacional, mas não induziram porque não tinha leito. Tive que esperar por uma vaga até 9 horas da noite”, disse a jovem.
Ainda segundo a paciente, além da falta de leito, não há sonda e nem roupa de cama na unidade de saúde. “Não tem lençol para colocar nas camas. Não tem material para os médicos trabalharem”, disse.
A jovem destaca que os corredores da Maternidade parecem um ‘centro de tortura’. “Mulher se espremendo na parede com dor. Mulher parindo lá fora. Os próprios médicos falaram para denunciar, pois ele não têm culpa de nada disso”, pontuou a gestante.
O que o governo diz
A Secretaria de Saúde informou, por meio de nota, que Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré é abastecido regularmente com insumos pela Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica, de acordo com a solicitação feita pela unidade.
A Direção da maternidade esclareceu que os leitos possuem lençóis, e que as sondas estão sendo providenciadas.
A gestão reforçou que, nos últimos dias, a Unidade tem registrado um aumento contínuo no fluxo de atendimento e, por conta disso, estão sendo adotadas medidas estratégicas para garantir que todas as demandas sejam atendidas.
“É importante esclarecer que a Maternidade é a única Unidade de referência para a realização de partos em Roraima, atendendo as demandas da capital e dos municípios, além de outros estados e países. Além disso, nos meses de novembro, dezembro e janeiro são períodos em que a demanda aumenta, ficando acima da média”, disse a nota.
