Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O agronegócio bateu recorde de exportações para o mês de junho, com US$ 12 bilhões. Segundo Marcos Jank, economista e professor do Insper, 2021 será o melhor ano da exportação agrícola da história, com previsão de US$ 120 bilhões.

Ele avalia que, apesar da pandemia, a conjuntura de uma série de fatores aponta para a alta histórica.

“A gente viu que os estoques internacionais estão muito baixos, o câmbio desvalorizado, a taxa de juros baixa e a logística funcionando bem. Tudo isso junto faz com que o ano de 2021 vá a ser o melhor ano da exportação agrícola, com aumento de quase 20% em relação ao ano passado”, disse.

Segundo Jank, a soja continuará sendo um produto importante para as exportações. “Para a soja, a gente deve fazer ao longo desse ano mais de US$ 40 bilhões. Vai continuar sendo um produto super importante, mas açúcar, carne bovina, café e algodão têm tido alta.”

Mesmo com os números recordes, Marcos Jank destacou alguns pontos de preocupação, como a inflação sobre alimentos. “O IPCA do ano passado foi de 5%, mas o grupo alimentação chegou a 14%. Existe esse risco e prejudica principalmente o consumidor mais pobre.”

Jank disse que o problema de inflação só será resolvido com mais produção, porém, “no curto prazo, ele seguirá crítico”. Ele acredita que há espaço, no entanto, para expansão produtiva. “O que se faz hoje é expansão da agricultura em áreas de pasto. Existe esse potencial.”

O professor analisa ainda que alguns setores dentro do agronegócio foram afetados: “Esse ano, para quem exporta está extraordinário, mas 60% da produção fica no Brasil e pode ser impactada no custo dos insumos, como milho e soja. A pandemia produziu ganhadores e perdedores em todos os setores.”

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