Fronteira do Brasil com a Venezuela, em Roraima. Foto: Arquivo/Roraima 1

Um estudo do Instituto Econômico de Pesquisas Aplicadas (Ipea), divulgado na última sexta-feira (26), apontou que o rompimento diplomático trouxe impactos positivos e negativos a Roraima. A suspensão da importação de energia elétrica da Venezuela, em março de 2019 obrigou o estado a gastar cerca de US$ 275 milhões/ano para produzir energia em termelétricas a diesel. Antes, Roraima gastava US$ 50 milhões/ano para importar energia venezuelana.

Por outro lado, o estado multiplicou exportações ao país vizinho. A implementação de sanções dos EUA contra a Venezuela intensificou o comércio terrestre em meio aos impactos da crise migratória, onde milhares de venezuelanos chegaram ao estado para fugir da fome e em busca de oportunidades.

O estudo sugere que Brasil receba em energia parte do dinheiro que a Venezuela está devendo, e assim consiga abastecer o estado. Hoje, o país deve ao Brasil em torno de US$ 880 milhões, por empréstimos não pagos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). Nos próximos anos, o calote poderia chegar a quase US$ 2 bilhões. O documento mostra que em 2013 a Venezuela recebeu US$ 571 milhões da instituição — 23% do total de empréstimos naquele ano.

A pesquisa relembra momentos importantes do relacionamento bilateral, frisa a importância geopolítica de um vínculo com a Venezuela, e alerta para o prejuízo econômico com a ruptura de relações.  Nas conclusões finais, o trabalho, que aborda a relação comercial, diplomática, militar e a imigração de venezuelanos para o Brasil, aponta que “vários países da região que não têm nenhuma afinidade política com o regime chavista, como Chile, Equador e Uruguai, mantêm atividade diplomática na Venezuela com embaixadas e consulados abertos, tanto para garantir assistência aos seus nacionais como para ter acesso às informações e comunicações necessárias para uma atuação adequada nesse cenário de crise.

 

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