Foto: Reprodução/Marcelo Casal/Agência Brasil

Um novo estudo divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) nesta quarta-feira (30) aponta que 46,16% da população de Roraima está na linha da pobreza. Além de Roraima, outros 13 estados também tem mais de 40% da população nestas condições.

De acordo com a classificação utilizada pelo estuudo, pobres são aqueles que vivem com menos de R$ 497 per capita por mês, considerando preços do quarto trimestre de 2021, ou U$ 5,50 por dia. A linha de corte de R$ 497 per capita mensal por mês é a mais alta para se classificar o contingente de pobres no país e segue os critérios internacionais de pobreza. Pelo Auxílio Brasil, por exemplo, só é considerado pobre quem vive com menos de R$ 210 per capita por mês, também considerando preços do quarto trimestre de 2021.

Em quatro Estados, o percentual ultrapassa a metade da população: Maranhão (57,90%), Amazonas (51,42%), Alagoas (50,36%) e Pernambuco (50,32%). Os outros estados com 40% ou mais da população na pobreza são Sergipe (48,17%), Bahia (47,33%), Paraíba (47,18%), Pará (46,85%), Amapá (46,80%), Roraima (46,16%), Ceará (45,89%), Piauí (45,81%), Acre (45,53%) e Rio Grande do Norte (42,86%).

Na média brasileira, a parcela é de 29,62%, ou quase um terço da população vive em situação de pobreza. Ao todo, eram 62,9 milhões de brasileiros em 2021 nesta situação, quase dez milhões a mais que em 2019.

O estudo aponta ainda que 25 das 27 unidades da federação registraram aumento do percentual da população na pobreza entre 2019 e 2021. A pior evolução dos indicadores de pobreza no período da pandemia foi observada em Pernambuco, com um aumento de 8,14 pontos percentuais: o percentual de pobres subiu de 42,18% em 2019 para 50,32% em 2021.

Outros Estados tiveram ampliação expressiva da parcela de pobres na população: Rondônia (25,19% para 31,65%), Espírito Santo (21,38% para 27,30%), Bahia (42,43% para 47,33%) e Minas Gerais (20,94% para 25,25%). As únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (34,54% para 33,59%) e Piauí (45,84% para 45,81%).

A menor taxa de pobreza no país em 2021 – assim como já tinha ocorrido entre 2012 e 2020 – é de Santa Catarina, com 10,16% da população vivendo com menos de R$ 497 por mês, seguido do Rio Grande do Sul (13,53%) e Distrito Federal (15,70%).

“O contingente de pessoas com renda domiciliar per capita até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros em 2021, cerca de 29,6% da população total do país. Este número representa 9,6 milhões a mais que 2019, quase um Portugal de novos pobres surgidos ao longo da pandemia”, afirma o economista Marcelo Neri, responsável do FGV Social pelo estudo produzido a partir de microdados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para além do recorte por unidades da Federação, o estudo do FGV Social também traz informações para 146 estratos geográficos brasileiros, ou seja, áreas específicas em que é possível ver a evolução dos indicadores. Nesta base de comparação, a maior taxa de pobreza em 2021 era observada no Litoral e Baixada Maranhense, que tinha 72,59% de sua população vivendo com menos de R$ 497 per capita por mês. Por outro lado, aquele com menor fatia da população está no município de Florianópolis, com 5,7%.

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