Ministro visitou Roraima nessa quarta-feira (1º) - Foto: Divulgação

O Conselho Indígena de Roraima (CIR), emitiu nota de repúdio à declaração do Ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, dada nessa quarta-feira (1º), que os povos indígenas não estejam ameaçados pelo novo coronavírus e que a situação “por enquanto está sob controle”.

“Há anos que as comunidades indígenas vêm sofrendo com o descaso na saúde indígena, e nesse período a Sesai não fez sequer um plano emergencial para atendimento das comunidades. Há relatos de lideranças que em suas comunidades todos os parentes tiveram e estão tendo os sintomas da Covid-19. E, ao procurar o posto de saúde, não são atendidos, porque faltam EPIs e os testes não são suficientes”, relata a entidade em nota.

De acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) Roraima é o terceiro estado com mais registros de casos de coronavírus entre indígenas, de acordo com Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena. Com 41 casos, o estado perde apenas para o Amazonas (152 infectados) e Pará. Ao todo, 19 estados já registraram casos entre indígenas.

Entre os povos atingidos pela pandemia no estado estão os Yanomami, Macuxi, Taurepang e Wapichana, Também estão contemplados na conta do comitê os Warao, o segundo maior povo indígena da Venezuela e que tem buscado refúgio no Brasil. Comunidades indígenas de Roraima chegaram a anunciar lockdown para evitar contaminação por coronavírus

A situação ainda pode piorar nas comunidades indígenas do Estado. Um estudo do Instituto Socioambiental (ISA) feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e revisado pela Fiocruz mostra que, se nada for feito para conter a transmissão do coronavírus na Terra Indígena Yanomami, cerca de 5,6 mil indígenas podem ser infectados, considerando apenas as aldeias próximas às zonas de garimpo. O que representa 40% da população que vive nessas áreas.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here