Cooperativa está sendo investigada pela PC - Foto: Divulgação

O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) denunciou à Justiça Estadual oito pessoas, entre dirigentes e funcionários da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos (Coopebras), por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Os denunciados foram alvos da Operação Hipócrates, deflagrada pela Polícia Civil em agosto deste ano, com o objetivo de desarticular o esquema criminoso que desviou cerca de 30 milhões dos cofres públicos do Estado de Roraima.

De acordo com a denúncia protocolada pela Promotoria de Justiça Especializada em Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, os desvios vultosos foram feitos nos últimos cinco anos por meio do contrato firmado entre a Coopebras e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) para prestação de serviços médicos.

As investigações apontaram que os profissionais cooperados não cumpriam com a carga horária contratada e, ainda assim, recebiam dinheiro público pelo serviço não executado à sociedade.

Durante a análise do caso, foram constatados superfaturamento no valor dos plantões, sobreposições de escalas de trabalho, uso irregular de equipamentos e instalações particulares de profissionais médicos que eram pagos com remuneração de plantões fictícios, pagamento de cargos de chefia e direção também por meio de plantões fictícios, além de capacitações fantasmas.

Foi apurado que o fundador e atual vice-presidente da Cooperativa criou um esquema sólido que utilizava outras duas empresas, a Contad e Dendê para lavagem de dinheiro proveniente da organização.

“Esse esquema estabelecido entre os dirigentes e funcionários do corpo administrativo da Coopebras, todos divididos em núcleos criminosos, tinha como objetivo real: o desvio sistemático de verbas públicas para posteriormente serem lavadas no mercado, se revertendo em benefício financeiro aos envolvidos que, desde então, vêm enriquecendo ilicitamente”, destaca trecho da denúncia.

Em caso de condenação, a pena de cada um dos acusados pode chegar a 50 anos de reclusão. Na denúncia, o MPRR requer também que sejam incluídos os nomes dos foragidos na lista da Interpol, além da reparação dos danos materiais e morais causados pela conduta dos envolvidos e o imediato afastamento dos cargos que ocupam dentro da administração da Coopebras.

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